Chove. É verão.
Minha casa está limpa
e eu tenho pão.
O céu escurece na tempestade.
Minha casa tem luz
e eu respiro liberdade.
A natureza se exalta com trovões e raios.
Minha casa está segura
e daqui não saio.
Não saio porque não preciso
um trabalho e salário dignos
me garantem esse destino.
Mas quantas heroínas anônimas
foram necessárias
para abrir esse caminho.
Em seus vestidos longos e escuros
só com os braços dados por escudo
marchando contra os preconceitos
e do escárnio, do ferro e do fogo
moldando corajosamente o rosto
da mesma mulher, mas com direitos.
Chove. É verão.
Minha casa está limpa
e eu tenho pão.
O céu escurece na tempestade.
Minha casa tem luz
e eu respiro liberdade.
Ergo-lhes um cálice, agradecida.
Quem sempre teve isso jamais entenderá
que além de minha mãe
foram essas mulheres que me deram a vida.
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